quinta-feira, 5 de julho de 2012

Agradecimentos e etc...

Lindo dia, mas muito frio aqui no Sul de Minas! Tempinho bom para fiar, mexer com lã... mas eu continuo sem tempo, correndo muito! Estou tentando tricotar uma boina, mas em vários dias sequer terminei o início do contorno da cabeça...

Ainda nem escrevi às pessoas que me cumprimentaram pelo marco 5000 postagens no blog, então vou fazer isso aqui, coletivamente: muito obrigada por todas as mensagens de carinho, apoio e incentivo! Não consigo descobrir o que está havendo com o blogger - não sei o que está impedindo que a maioria das pessoas poste comentários diretamente aqui. Escrevi para eles, que disseram já estar trabalhando no problema. Vamos torcer para resolver logo.

Mas eu dizia que ando muito sem tempo. Ampliei o ateliê e estou abrindo muitos grupos novos de alunas, e de quebra estou sem nenhum tipo de ajuda doméstica. Tem quem me pergunte como consigo isso, e a resposta é simples: sou míope, mas dentro de casa eu não ponho os óculos. Se puser, o serviço não acaba nunca.

Nos intervalinhos que consigo fisgar aqui e ali, estou trabalhando em um projetinho pessoal: renovar a decoração de alguns cômodos da casa. Vocês conhecem a história - "casa de ferreiro, espeto de pau". Ensino minhas alunas a quiltar, mas minha própria casa precisava de uns quilts novos aqui e ali!

Isso não significa que a lã ficou totalmente de lado: não tenho fiado, mas eu e a presidente da ACAJAL temos corrido atrás de ajuda para o projeto de resgate do uso da lã de carneiro aqui na região: conseguimos apoio do SEBRAE, que é super importante (= ajuda de consultores) e vamos começar a preparar um documentário: estamos contatando gente do local que ainda tem a roca da avó e pode contar histórias sobre a fiação e os carneirinhos que já andaram por aqui. Depois conto mais.

Hoje o que posso contar é que fiz uma colcha bacana. Parece que não tem a ver com o assunto do blog, mas tem: tenho falado em sustentabilidade e consumo exagerado; minha meta era fazer a colcha inteira sem comprar nada, e consegui! Fiz a colcha inteiramente com sobrinhas de tecido. Eu achava que teria de comprar tecido pelo menos para o forro (a metragem utilizada é enorme!), mas nem isso foi necessário: fiz com umas sobras do tecido branco que minha filha utilizou na barraca da feira de ciências de sua escola, no ano passado. E aqui está o resultado:


O contraste do branco com o colorido forma o design; mas o colorido é totalmente aleatório. Ou seja, você pode formar um design  aproveitando-se do equilíbrio entre claros, médios e escuros - mas sem preocupação com as estampas em si. Eu já havia feito uma colcha de solteiro assim, anos atrás, toda em azul:


Não parece, né? Mas onde se vê quadradinhos azuis escuros na diagonal, são vários tecidos azuis escuros misturados; onde se vê uma grande moldura branca, em volta das flores, são vários branquinhos; e assim por diante. Tudo sobrinha.

Isso só reforça minha teoria de que patchwork é o melhor exemplo de resourcefulness. Já falei sobre esse assunto aqui: a arte de pegar o que está disponível e fazer algo bonito. Pena que as publicações sobre artesanato incentivam o contrário: elas não ensinam você a pensar, a ser inventiva; dão "receitas prontas", e eu conheço pessoas que vão para a loja com a revista procurar exatamente o paninho que aparece na foto. Então, que tal tentar o caminho inverso? Não escolha um projeto porque viu na revista e achou bonito; veja o que já tem em casa e use a imaginação - tente inventar o projeto para aproveitar aquele material. É  um exercício, e quando a gente insiste fica boa nisso. E eu garanto que a satisfação é muito maior: você ganha uma peça única, que ninguém tem igual!

Mas voltando a minha colcha: eu estava com aquele sanduichão enoooooorme e sem muita disposição para quiltá-lo ("sanduíche" é quando você tem o patchwork pronto, e aí arruma camadas com a manta acrílica e um forro; depois faz uma costura decorativa - uma espécie de matelassê - para prender as camadas). Percebi, no entanto, que essa é uma ótima atividade nesse frio que está fazendo aqui: você quilta e ao mesmo tempo se embrulha!!!


As luvas são próprias para quiltar: têm bolinhas emborrachadas que ajudam na "pegada" - fica mais fácil movimentar a peça. Mas também esquentam as mãos, é claro!

Aparentemente minha gata Kimee também achou interessante participar disso - de perto:



Kimee é mãe da Tailee, que adora sentar no meu notebook e que eu já mostrei aqui no blog. Ela também deixou sua participação especial em minha colcha nova:


Já me perguntaram de onde vêem os nomes: Kimee é uma das moças da primeira temporada da série "Hi-5" (Discovery Kids); e Tailee é personagem da série japonesa "O Último Dobrador de Ar". Também tenho aqui em casa a Rosalie (Rosalie Cullen, uma das vampiras do livro/filme "Crepúsculo"). Meus filhos que escolhem!

Tailee também adora minha roca: quando fio ela fica olhando e movendo a cabecinha, acompanhando o giro da roda... 

Enfim, apesar da correira e da falta de tempo, é um privilégio poder trabalhar diariamente nesse universo de fibras, texturas, cores... e pêlos de gatos!

Até a próxima!