terça-feira, 27 de novembro de 2012

É verão. E agora?

Agora é hora de fazer um tricô mais light - boa oportunidade para experimentar fibras mais apropriadas para o calor - como o algodão e o bambu. Eu amo, adoro lã. E sempre tive um pouco de implicância com o algodão - mais pesado e sem elasticidade. Mas o calor vai ficar por aqui uns bons três, quatro meses; então decidi abandonar meu preconceito este ano.

E não é que o resultado tem sido legal? Fiz essas duas peças recentemente:



Ambas são em 100% algodão - a primeira utiliza o fio Anne (dois fios juntos) e a segunda é em Duna, que tem o dobro da espessura do Anne.

Se gostei? Do resultado visual, sim. Vamos ver se essas peças não deformarão com o uso. Mas ainda insisto que tricotar com fio de lã natural é muuuuuuito mais gostoso.

No momento estou experimentanto uma outra opção - uma mistura de merino com viscose, 50% cada. Trata-se de um fio da Ice Yarns, fabricante na Turquia, que vende super barato no eBay. Já usei esse fio em outra ocasião, na peça abaixo:


A peça ficou molinha, gostosa, drapeia bem. Mas... apesar de não ter nenhuma aparência de "lã", o fio esquenta, viu? Estou agora tricotando um bolero sem costuras com o mesmo fio em outra cor, mas acho que não vai rolar usar no verão, não - mesmo no verão aqui do Sul de Minas. O fio tem um toque geladinho, mas sinto as mãos esquentarem depois de um tempo tricotando. A peça, que ainda vai levar um tempo para ficar pronta, é a seguinte:


Depois de pronta eu mostro novamente!

Mas essas experiências não significam que vou deixar a lã inteiramente de lado durante todo o verão. Acabo de receber um pacote com duas novas fibras que vou fiar agora para tricotar quando o frio chegar. Já expliquei aqui que há centenas de tipos de lã, e nenhuma é necessariamente boa ou ruim - depende do propósito. Por enquanto já falei do merino, que é a lã mais facilmente encontrada, e da alpaca. Mas agora vou partir para novas experiências - com as raças Falkland e Blue-faced Leicester (conhecida como BFL). São essas duas coisas lindas aqui:


Ao abrir o pacote e antes de removê-las do saco transparente a primeira impressão que tive foi de muito, muito crimp. Já expliquei o que é isso aqui. Deu para ver só de olhar, e depois o toque confirmou. O merino é lustroso, sedoso. Mas essas fibras têm uma aparência menos "penteadinha". Como nosso cabelo quando fazemos escova e depois cai aquela chuvinha...e o cabelo vai recuperando o volume! Então elas devem render um fio muito aerado e fofinho - vamos ver. Depois eu conto.

As cores são um espetáculo à parte... esta é a Falkland - o nome da cor é clematis vine:


Eu sabia tratar-sede uma trepadeira, mas fiz uma busca pela foto da planta - olha só o que encontrei:


Daí o tingimento da fibra em tons de verde e violeta. E abaixo está a BFL na cor fern:


Os muitos tons de verde sugeriam que fern é uma planta, também. Fui pesquisar de descobri que são nossas populares...samambaias!


Comprei essas fibras lá de fora, pela internet, no site da Spinning Bunny. A pessoa que me "atende" e se comunica comigo chama-se Susan e finaliza todos os e-mails com a palavra "Namastê". Sugestivo, não?

Mas, por mais que seja prático, econômico e divertido descobrir essas delícias online, não deixo de sonhar com o dia em que teremos acesso a muitas opções de fibras de qualidade aqui mesmo, no Brasil. E tingiremos a lã de nossos carneirinhos, e batizaremos as cores com nomes como Ipê Amarelo, Quaresmeira, Resedá, Acácia... é para isso que estamos trabalhando, né?

Espero mostrar um pouco desses fios na próxima postagem. Até lá!