sábado, 19 de janeiro de 2013

Salve 2013: fibra, alface, viola, rock!

Hoje é dia 19 de janeiro de 2013, o mundo não acabou, e chega de férias!

Eu sei, demorei para voltar. E agora não sei por onde começo, pois muita coisa aconteceu, fiz muitas artes (nem todas relacionadas com fibras) e são muitos assuntos para pôr em dia. Então decidi que hoje ou vai ou racha! Essa vai ser uma postagem tipo saladão, tudo misturado, só para começar a esquentar as turbinas. Depois eu vou me acertando, e lembrando de todas as coisas do período em que estive ausente.

Resolvi escrever de qualquer jeito hoje porque a noite vai ser longa. Minha filha está a caminho de um encontro de bandas de rock que acontece hoje aqui na cidade - sua primeira saída noturna para um evento público. Vou ter de ir buscá-la lá pelas tantas, e preciso ficar acordada e entretida - para não ficar fantasiando sobre catástrofes adolescentes, tetos que desabam, copos com conteúdo suspeito, sósias do Ozzy Osbourne, essas neuras. Separei meia dúzia de filmes para assistir, mas parece que isso vai ser pouco, e cá estou eu. A tarde pelo menos passou rápido - das três às seis o tempo voou enquanto eu assistia ao workshow do Zé Nazário* e John Stein Trio no Café Cultura Divina Maria.

Mas, primeiro, vamos ao dever de casa: tirei o pó da roca esses dias e finalmente comecei a fiar uma das lindezas que mostrei em postagem recente. Comecei pelo BFL, raça de carneiros muito popular entre as fiandeiras lá de fora, mas que eu ainda não havia experimentado. Ao separar as mechas para fiar ficou mais clara ainda a impressão que tive - a quantidade muito superior de crimp. Dá para ver bem nas fotos 1 e 2, abaixo:


Isso significa que esse vai ser um fio bem aerado. Optei então pela torção simples: se eu fiar vários singles e tentar torcê-los juntos vou acabar gerando um mega fio, pois depois de lavada essa lã vai encolher e afofar, certo? Aquele efeito "cabelo-de-dia-chuvoso" que já expliquei aqui. Para saber mais, use a ferramenta de busca do blog - pesquise a palavra "crimp".

Estando paradinha por um tempo, minha roca cantou como a viola do Ivan Vilela** que está aqui enchendo o ar, via um CD que pus no notebook. Pausa "para limpar canhão", como dizia meu pai: limpinha e lubrificada (foto 3), aí sim a roda girou bonito e suave, e o resultado dá para ver na foto 4. Esse fio promete: fibra deliciosa de fiar, fácil de desfiar e as cores estão ficando lindas - são ziliões de tons de verde.

Já cumpri o dever de falar de fibras têxteis, então posso agora escrever sobre outro tipo de fibra? Falei em tons de verde acima, e aí deu vontade de mostrar um projetinho que abracei durante as férias: plantar alface. O Jamie Oliver ensina como cultivar baby alfaces em casa, e resolvi tentar. Plantei mudinhas de vários tipos, tudo misturado, e deu super certo:


Mas elas crescem muito, muito rápido - e o espaço não permite isso; ótimo para quem precisa de motivação para comer salada todo dia, pois quando retiramos algumas folhinhas surge espaço para que outras brotem. 


Um mundo perfeito seria assim: salada cultivada em casa, suéter tricotado com lã sustensável, fiada na roca... mas já foi assim um dia, né?

E enquanto estou falando de produção local, aproveito para pincelar um assunto que não tem a ver com fibras, mas tem a ver com esse estilo de vida que advogo: morar em Pouso Alegre causa um efeito psicológico que não estava previsto quando vim para cá: tem por aqui um pessoal incrivelmente talentoso***. Existem muitas feras da música nesse Brasil - os Miltons, Gilbertos, Chicos, Ritas, Joyces... Mas uma coisa é eles lá e eu aqui. Em Pouso Alegre é mais complicado, porque via ACAJAL eu acabei tendo a chance de conhecer grandes talentos de perto. É humilhante, viu? No bom sentido, mas é. Como assim, bom sentido? Simples - você se sente uma pulga perto deles, mas é também um privilégio conhecê-los. Sério, gente: se for mudar para cá, faça umas aulas de canto ou aprenda a tocar nem que seja triângulo. 

Ao longo dessa postagem eu marquei com asteriscos os nomes de Ivan Vivela e Zé Nazário. O primeiro é um violeiro de Itajubá, com vários CDs gravados e autor de muitas canções - inclusive a linda "Paisagens", que eu estava ouvindo agora há pouco. E o segundo, o Zé - não reparem a intimidade, mas ele é meu vizinho, já foi meu professor e sua esposa é uma grande amiga! - é considerado um dos melhores bateristas do mundo, com direito a carreira internacional e participação no programa do Jô Soares. Humilhante. Hu-mi-lhan-te. Pois o Zé hoje se apresentou aqui na cidade com esse trio que aparece no vídeo; na verdade foi uma apresentação-workshop - eles falaram de música, deram dicas, responderam tudo o que a gente perguntou... e tocaram, claro. Enfim, nunca três horas passaram tão depressa. Queria que durasse até de madrugada, para eu esquecer que minha filha está no tal encontro de bandas de rock - oops, lembrei!

'Bora então assitir à pilha de vídeos que separei, para tentar esquecer por um tempo!

Desculpem a salada - na próxima postagem estarei de volta ao normal!

Até lá!


** Zé Nazário na Wikipedia

***Outras feras de Pouso Alegre: 
         Grupo Cantus Quatro, que tem CD produzido pelo Cláudio Nucci;
         Élder Costa, cantor, violonista e compositor que já teve canções gravadas por Milton Nascimento e Ana Carolina;
         Os meninos do Café com Jazz Trio;
         Os irmãos Sandro e Diego Nogueira, que comandam o projeto Contraponto.
     
     Também conheço gente que toca em orquestra, canta na TV, e etc.., mas já chega, né? Humilhante. E nem falei do pessoal envolvido com teatro aqui na cidade.

2 comentários:

Claudia Lamarão Nascimento disse...

Estava com saudades... Que 2013 tenha sempre postagens aqui! Beijos

Mi disse...

Oi Jane,

Encontrei o teu blog num dos meus longos passeios pela web e gostei muito do estilo e da qualidade que escreves.

Parabéns! Adorei o projeto da horta de alface, estou em um empreendimento de tomates aqui em casa hehehe logo postarei fotos no meu blog também.

Bjs,
Mi
Vitrine da Mi