São sete e meia da manhã e parece que hoje será um dia mais fresco (ou menos quente) por aqui. A semana foi de torrar, e acho que isso não é novidade - pelo jeito foi no país inteiro! Com isso, dei uma folga para as lãs, alpacas e afins: não tricotei nem fiei nada. Mas ontem, já com saudade das agulhas, comecei a fazer um tapetinho de crochê para a cozinha - com fio de algodão! Lã, nesse calor, não dá. Há muito tempo eu não fazia crochê - talvez uns cinco anos... depois eu mostro no que deu.
O primeiro mês do ano já era e nessa época os fabricantes começam a lançar novos fios para o inverno. Eu sempre fico animadinha à espera das novidades, pois a esperança é a última que morre... mas morre. O Bazar Horizonte (site bem legal de comprinhas craft) já tem uma página de fios 2012 e a julgar por esses primeiros lançamentos creio que esse será mais um ano de sintéticos e pompons. De todos as novidades da página só esse aqui tem uma porcentagem de lã de verdade - 35%:
Mas esse é um fio tipo novelty; parece que a tradução é "novidade", mas não é: em inglês, fios novelty são aqueles bem "afrescalhados" - com pompons, pestanas, bolotas, penachos, etc. Ou seja, beeeeeeeeem longe dos clássicos, apropriados para um tricô bonito, bem trabalhado, com pontos que sobressaem.
O curioso é que no ano passado eu fiquei de olho nas vendas dos sites e percebi que os fios que esgotaram primeiro foram os clássicos. Será que os fabricantes não percebem que a gente quer fazer tricô (ou crochê) de verdade? A gente pode até ficar tentado a comprar um desses fios doidões e fazer um cachecol surreal, todo em ponto básico grandão, feito com agulhas enormes; mas quem gosta de tricotar ou crochetar mesmo sente falta de experimentar pontos novos, fazer peças elegantes... e aí tem de ser o fio clássico. Ainda dá para comprovar isso; - é só olhar as páginas de saldão das lojas online: quase tudo novelty.
Resta esperar os lançamentos das outras marcas. A Cisne vem, nos últimos dois ou três anos, lançando fios com porcentagens maiores de fibra natural. Estou apostando neles. Vamos ficar de olho! De tanto sonhar, quem sabe um dia a gente tem acesso a coisas assim:
E vocês viram que cores? Ai, meus sais!
2 comentários:
Jane Querida,
Já disse que amo seus escritos? Que você consegue colocar em palavras o meu pensamento?
Dia desses assisti à palestra de um grandão de uma empresa grandona. Pensei, já que ele veio até nós, as consumidoras, ele veio para nos ouvir, para saber exatamente o que queremos deles. Qual nada, ele veio para nos "comunicar" que os fios doidões como você chama vão continuar sendo fabricados e cabe a nós, as consumidoras, usar a nossa criatividade e transformar em arte toda aquela meleca que eles vão continuar fabricando. Pode????? Mas ainda bem que temos gente boa interessada em nos ouvir e já começamos a encontrar no mercado nacional fios de lã 100% que nos permite criar, ver um ponto nascer com sua beleza que só pode ser apreciada em fios tradicionais.
Beijo
Obrigada, Marina! Fico contente que goste de ler meus devaneios; quando leio opinião de pessoas como você, sinto que meus pensmaentos não estão tão na contramão assim - que há mais gente pensando como eu. Vamos torcer para que os grandões das empresas grandonas abram suas mentes, olhem a sua volta e percebam que a gente quer mais do que a gratificação fugaz dos fios alegóricos. Obrigada por compartilhar sua opinião. Essa guerra está só no começo, e se mais pessoas compartilharem suas opiniões no final a gente vai conseguir a atenção dos fabricantes. Abçs pra você!
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