http://www.aslantrends.com.br/colecao_trenza.asp
É o "fio" Trenza Collection que, vejam vocês, apresenta as seguintes "vantagens" (copiei o texto abaixo do site; clique para visualizar em tamanho maior; os sublinhados são meus):
Segundo essa linha de pensamento:
- aprender a fazer tricô é perda de tempo;
- aprender pontos bonitos e elaborados é bobagem;
- trapacear é legal;
- nossas avós eram umas tolas;
- bacana é o consumismo e o imediatismo de nossos tempos: consiga o que você quer (no caso, uma peça elaborada) agora, sem esforço ou perda de tempo;
- ofereça às crianças a ilusão de que estão fazendo um trabalho manual; ensine a elas, desde pequenas, a lei do menor esforço.
Fico imaginando: o que sou eu, que não só "perco meu tempo" tricotando como também fiando minha própria lã? Que grande tola...!
Fico pensando também no que a escritora Virginia Woolf, que amava tricotar, acharia. Em sua biografia consta que em 1912, após sair de uma clínica de repouso, ela disse ao marido: "Tricotar é a salvação da vida"*. Também em 1912 sua irmã Vanessa Bell pintou este retrato, que hoje está na National Gallery de Londres:
Cem anos depois, em 2012, a Aslan Trends lança este produto, sem levar em consideração que para quem ama os trabalhos manuais, o meio é tão precioso quanto o fim.
Sem mais comentários.
Bom carnaval e bom fim semana!
*Fonte: Editora Interweave
2 comentários:
Muito triste... Algo parecido acontece com o brinquedo: passaram a "brincar sozinhos", e a criança só como expectadora. E também a alimentação, a diversão, etc, entrarem no mesmo esquema. O prazer foi devidamente pasteurizado e embalado para o consumo rápido e fácil...
Isso mesmo, Cláudia! "Pausterizado" é uma ótima palavra para descrever esses "produtos revolucionários". Talvez o próximo lançamento seja uma bisnaga de tinta que, espremida contra a tela, já forme belas paisagens!
Postar um comentário